terça-feira, 23 de setembro de 2008

Arquivos do Norte

Tentei ler Yourcenar aos 18. Não consegui. Nova tentativa aos 22 - sem resultados. Só com 26 anos é que consegui deliciar-me com as Memórias de Adriano. Isto enquanto chamava à senhora de tudo e mais alguma coisa "- Filha da puxa, que escreve mesmo bem!". Difícil, claro está, mas sem ser tão retorcida com a Agustina.

Comecei a ler os Arquivos do Norte, já há muito recomendado mas que, como tantos, têm ficado na lista de espera à espera que a preguiça tivesse melhores dias.

Dois ensinamentos da leitura de hoje. Um mais mundano, que aplico repetidas vezes: "para ficar ao nível de uma festa à qual, no fundo, não se tem muita vontade de ir, nada como beber em goles pequenos uma garrafa inteira de um champanhe de boa marca, sem o que as pessoas e as coisas não deixam de ser o que são." Como não sou grande apreciador de champanhe (é aquela bebida que agrada a todos - não é forte, é fresca, tem bolinhas, serve para comemorar e geralmente está associada a classe e distinção - mas tenho para mim que os verdadeiros apreciadores de vinho e demais bebidas alcoólicas pouca graça devem achar à mistela), substituo-o por whisky. Três doses no máximo, com muito gelo, preferencialmente Dimple, que é o que há cá em casa (pouco, diga-se de passagem); fora de casa contento-me com o que houver, que não podemos ser esquisitos! No entanto, se não queremos ver as pessoas como são (e às vezes é preciso), o melhor é ir para os 4 e a coisa fica mais composta.

Mas a verdadeira pérola é esta: "Mais teria valido consagrar a noite à simples Blanchette (escolho-lhe este nome), serigueira de profissão (escolho-lhe este ofício), que é tão fácil de divertir ao domingo, depois de uma hora de intimidade na cama, proporcionando-lhe, quando chove, uma visita ao Louvre, quando está bom tempo um passeio pelos Jardins do Luxemburgo. Com essas, não se é levado."
E para acompanhar tudo isto, talvez algo alegre e dançável...

1 comentário:

Carla disse...

Também aplico repetidas vezes o mesmo ensinamento - o do whisky, pois tá claro! eheeh