segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sticky and Sweet III

Tom Munro para o Tourbook

Ontem estava demasiado cansado para escrever fosse o que fosse. Cheguei a casa e enfiei-me na cama. Pouco mais de metade da idade de Madonna mas com duas horas de fila para entrar (depois de andar bem mais de um kilómetro para chegar ao fim da dita); quatro em pé (antes e durante o concerto) e mais uma hora até chegar ao carro. Conclusão - hoje estou que nem posso.

Obviamente, vi o espectáculo de longe, mas ainda assim suficientemente perto para não perder pitada - a multidão atrás de mim era duas vezes maior do que a que tinha à minha frente.

Céu limpo, lua redonda, vento ocasional para arrefecer um pouco as hostes, bem ao estilo de metro em hora de ponta. Dançar, pular, esticar os bracinhos - completamente fora de questão - uma pena. O mais triste é que à minha volta poucas pessoas se ouviam cantar - turistas, portanto. Para não falar dos que levavam criancinhas de cinco anos - e até menos (se fossem meus filhos estavam já a dormir há horas!) ou dos que tentavam furar a multidão, como se houvesse espaço para eles! Teve graça a da loura e da morena, que chamadas à atenção, responderam: "Mas estamos a tentar fazer com jeitinho!" Foi a frase da noite, claro está.

A única coisa boa em 75 mil pessoas é conseguir-se passar despercebido - das talvez 50 pessoas que sabia que iam - entre família, amigos e conhecidos - não encontrei ninguém. Uns tive pena, outros nem por isso.
Achei o concerto mais Sweet que Sticky. Uma Madonna ainda mais espiritualista (para quando um Spiritual Girl?). Uma Madonna também mais velha - cantou menos e algumas vezes com recurso à voz modificada electronicamente; dançou menos (e ainda assim saltou e pulou que se fartou), com pausas maiores entre blocos. E no grand-finale surge com óculos. Daqui para a frente irá ser assim? Possivelmente. Daí a forma emocionada com que cantou You must love me, do Evita, música com a qual ganhou um Óscar - o único, aliás. No entanto, com um arranjo absolutamente fantástico, acompanhada com guitarras e violinos.
Mas a Madonna de sempre esteve lá. A gozona (fez-se confundir com Britney Spears em Human Nature), inclusive consigo própria em She's not me (4 "Madonnas" em palco, a quem ela ia atirando para o chão e descabelando); a Madonna sexual, embora muito mais discreta (mas quem olhasse com atenção para as animações com base na pintura de Keith Haring encontraria); a Madonna interventiva (Miles Away, Get Up); a Madonna rockalheira (grande arranjo de Borderline).
Um dos grandes momentos da noite foi, sem dúvida, Devil Wouldn't recognize you, pelo impacto visual causado. Madonna, em cima do piano, rodeada por uma tela redonda, onde era projectada chuva.

Embora no seu conjunto, não tenha tido tanto impacto visual como outros concertos (achei a adaptação de Trembled Blossoms, de James Jean - a partir do original da sua autoria para a PRADA, muito fraquinho, até mesmo de gosto duvidoso), a nível de efeitos especiais como até a nível de figurinos, este concerto teve bastantes momentos melhores que muitos outros anteriores.

Balanço? Muito positivo! Estaremos lá no próximo!

Para ouvir? Nada melhor que Borderline, a música do concerto mais antiga.

5 comentários:

David disse...

Aiiiii... Que dor de pernas...

Mas valeu a pena, o concerto foi isto tudo que o pedro escreveu e muito mais!!!

Pedro disse...

"É sofrer até ao fim!"

Anónimo disse...

Foi fantástico!

Adão disse...

Devo ser um ET... pelos vistos fui um dos poucos que ficou em casa... e que não se arrependeu disso! LOLOL

[_David_] disse...

o concerto foi mto muito bom! tive vista previligiada!!