Sabem aqueles cheiros que nos remetem imediatamente para a nossa infância? O cheiro que vem do mar ao entardecer; o de bolos a cozer no forno. Ou daquelas músicas que marcaram a nossa adolescência - a que ouvimos durante o nosso primeiro beijo, ou aquela com que nos massacrámos após a primeira desilusão. Ou simplesmente as sensações corporais que ainda hoje sentimos, como se as estivessemos a viver no presente - os pés descalços na tijoleira aquecida pelo sol ou as mãos do avô a acariciar-nos a face.
Ontem percebi que também os filmes me conseguem fazer viajar para o passado. Um passado próximo, mas simultaneamente tão longínquo, que não sabemos se fomos nós mesmos que o vivemos. Porque existem também viagens de dor, com memórias a preservar.
E porque a banda sonora do filme a que me referi no post anterior foi o último presente de alguém que me foi especial, no passado, sou levado a crer que também podemos ter saudades do que não vimos.
3 comentários:
O cheiro é a memória que conservamos durante mais tempo, sabias? :)
E também conseguimos ter saudades do que não tivemos.
Nikky: não, não sabia. E dá pano para mangas! :)
Adão: saudades do futuro. São as piores...
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