terça-feira, 6 de abril de 2010

Ainda da Páscoa

Nunca gostei da Páscoa. Não tenho praticamente nenhum crucifixo em casa (digo quase, porque os que existem não são de todo convencionais). Sempre me fez confusão comemorar a morte de alguém. Sobretudo de alguém que deu a vida por nós. Sempre achei uma enorme responsabilidade para mim. Como se por isso, tivesse obrigação de ser ainda melhor. Porque senão, qual o interesse do sacrifício? Mas não deixa de haver nisso algum orgulho mesquinho nessa minha forma de ver a Páscoa e tudo o que ela representa. Porque na verdade, aceitar o que de bom os outros nos fazem, sem nos sentirmos com isso desmerecedores de tal acto, é também um exercício de humildade. Aceitar a nossa condição humana de imperfeição e incompletos, far-no-á aproximar mais do próximo e aceitar em pleno a sua amizade. É este o meu desejo para esta Primavera que agora renasce.