O meu irmão foi sempre perito em partir brinquedos. Depois, com toda a desfaçatez, dizia: o pai arranja. Mesmo que estivessem literalmente todos partidos.
Eu era mais desmontar. Lembro-me de uma caixa de música, que era a cabeça de um coelho, amarelo (penso que mexia os olhos à medida que a música tocava). Até hoje, ficou por montar, com grande tristeza minha. Acho que esse foi sempre o meu problema – por gostar tanto das coisas, queremos saber como elas funcionam por dentro. Mesmo que isso implique retirar-lhes a singularidade.
Mas finalmente hoje ultrapassei o trauma do coelhinho amarelo. Ao sair de casa deixei cair ao chão o velhinho leitor de mp3 (500 mb, imagine-se!), que se esventrou, peças para todo o lado. Peguei nelas e consegui voltar e juntá-las, de modo a que funcionasse. Vá, vou ter de usar fita-cola para prender a caixa exterior e vou precisar de umas unhas afiadas para aumentar e diminuir o volume, já que essa peça não apareceu. Mas por enquanto, dá para os gastos.
4 comentários:
Eu padecia do mesmo mal.
Um dia desmontei um relógio vermelho, todo de plástico. Consegui montá-lo e voltou a funcionar. Mas sobraram peças e teve uma vida breve. Muito breve mesmo....
Eu fazia tudo pela calada...
Está a pedir um leitor de MP3, é?
Já vem tarde...
Eu também gostava de desmontar coisas, sobretudo os rádios portáteis. E, de facto, sobravam-me sempre peças, mas o rádio continuava a funcionar.
De certeza que se eu fosse inventor ía gastar muito menos material a construir máquinas...
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