domingo, 12 de dezembro de 2010

Pequenos monstrinhos

Eu não sou propriamente fã dela. Não sei as letras das músicas de cor, não lhe comprei nenhum CD (ups!). Mas acontece-me o mesmo que me acontece com ABBA. Oiço as suas músicas e fico logo bem disposto e divertido. E se há coisa que tenho aprendido, é que as viagens de diversão são muito mais benéficas que as viagens de dor. Obviamente que isto não seria razão só por si para comprar bilhetes para um concerto, em pé (e logo eu, que sou um comodista de primeira).

Mas de facto, a senhora é um fenómeno da nossa actualidade e um dia a velha (a Madonna) morre, e quem é que eu vejo? Há que ser previdente e eu não me arrisco a ficar sem um ídolo.

Sempre achei que ela a sabia toda. E sabe. Pode não ser original (como se pode ser original nos tempos modernos, em que somos bombardeados com informações?); pode copiar tudo o que é artista e seguir pelos caminhos abertos por eles. Faz isso, sim. Mas ao contrário de muitos, fá-lo bem e consegue ir ainda mais além.

Com este concerto fiquei com a certeza de que Lady Gaga é autista. E isto num bom sentido. Vive no seu próprio imaginário, que é indescritível (eu não o consigo fazer, porque qualquer rótulo me parece aquém).

Além disso, de uma grande humanidade. Construída, pensada para vender mais - não interessa. Os outros podiam fazer o mesmo e não o fazem e muitos não o fazem, sendo um verdadeiro cubo de gelo em palco (olá Diana Krall). Agradeceu a toda a gente que fazia parte do espectáculo, quem montou os cenários, quem cuida da luz. E ao público. Que gastou a mesada para lá estar, nas roupas que estreou nessa noite (e que muita fominha passaram para caberem nelas, acrescento eu). E isto, mesmo sendo artificial, resulta. E é bom de se ouvir. Fiquei completamente rendido.

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