quinta-feira, 14 de julho de 2011

A Sónia

Não é desta que vou falar. Nem das insónias que por vezes me assolam algumas noites.

Aqui há umas semanas atrás, passava num canal qualquer do cabo um daqueles programinhas meio realty show em que basicamente consistia em meia dúzia de mulheres que tinham acabado uma relação e estavam no programa para, após um programa de emagrecimento e exercício físico intensivo, e após umas quantas aulas de dança, participarem num espectáculo final de Burlesco para os seus ex. Ora, tendo em conta que, depois de ter um blog e de gravar vozes para uma longa metragem de animação, um dos meus grandes sonhos é ter uma casa de entretenimento nocturno dedicada a shows de burlesco, obviamente que o programa despertou a minha atenção (só por causa disso, claro).

Uma das concorrentes da primeira série, era um verdadeiro prato. Não me recordo o nome (nem interessa). Interessa sim, que tinha um excelente sentido de humor (mesmo depois do marido a ter deixado após ter descoberto que tinha cancro), que depressa se tornou a minha preferida.
Mas não só. Pela sua excentricidade, fez-me também recordar uma colega minha de faculdade. A Sónia. A Sónia, se eu conseguir descrever, seria algo irreal. Tinha um estilo meio hippie, mas discreto. O seu pequeno-almoço era composto de café e coca-cola; agarrava-se aos colegas quando tinha boa nota (um treze, vá) e gritava: "Estou tão feliiiiiiiz". Ora, por todas estas peculiaridades, diríamos que Sónia só havia uma, de tão única que era. Estavamos profundamente enganados. A Sónia tinha uma irmã gémea. Tal como a concorrente do programinha.



(porque me lembro de levar walkman para a faculdade e a Sónia dizer-me que tinha os LP em casa, desta mesmo gravação histórica; casa essa que ficava na mesma rua onde morei uns quatro ou cinco anos).

2 comentários:

Teresa disse...

Confesso que só vi escassos minutos do show umas duas ou três vezes. Mas continuo aqui a ouvir Questa o Quella, que é o que importa. :)
(e que grande Duque foi Pavarotti!)

Pedro disse...

O programinha é mau, até porque assenta num princípio errado: impressionar os ex - o que me soa a vingançazinha, com a qual não concordo. Mas ao fim de um dia de trabalho, não há nada melhor do que algo pronto a digerir.

Pavarotti e a pirosa da Kanawa, na gravação histórica com Sutherland e Milnes (Bonynge dirige a LSO).