quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pelo contrário,


e a avaliar pela reportagem especial que o AXN Portugal realizou a propósito da estreia da série histórica Os Bórgia, na qual foram entrevistados um filósofo (!), uma politóloga (!) - o corrector ortográfico nem sequer reconhece a palavra, - e um antropólogo (!), não se dignando a entrevistar nem um historiador nem nenhuma autoridade eclesiástica (que não seriam apenas escolhas evidentes, como as acertadas), leva-me a crer que se trata de uma bela bosta (exceptuando-se Jeremy Irons, claro está).

(se alguém tiver o contacto da AXN Portugal, que não encontro, e que possa disponibilizar, agradeço. Gostava de felicitá-los pessoalmente por tão boa reportagem)

5 comentários:

mmb disse...

pedro, eu e o W. vimos a pseudo-reportagem e pensámos exactamente a mesma coisa. mais do que a ausência das autoridades eclesiásticas, chocou-me o facto de ignorarem, por completo, os historiadores. será intencional ou mera distracção? estará a história, enquanto disciplina, assim tão fora de moda?
quanto à série, gostei do episódio que vi (do seu rigor histórico, nada sei...)
beijinho com saudades

Pedro disse...

Penso que só se poderá dever a duas razões: ou não quererem ver apontados os erros históricos à mesma (que penso serem desculpáveis q.b.; numa narrativa romanceada terá de haver sempre espaço para a ficção); por outro lado a comunicação social que se distanciou completamente da veracidade histórica (também por culpa do historiador). A falta de rigor, também histórica, que o jornalismo atravessa, é gritante. E berra-me muito aos ouvidos, infelizmente.
(falhei o primeiro episódio, mas fiquei sem vontade de ver)

Dulce disse...

Eu cá já achei louvável que se tivessem dado ao trabalho de fazer uma pequena contextualização da série, independentemente dos profissionais a que recorreram... A série está excelente, com uma pitada de ficção à mistura ou não, retrata um período do Vaticano polémico... mas como diz o povo e é quase inevitável: «quem conta um conto acrescenta um ponto»...

Pedro disse...

O que chamas de trabalho louvável chamo eu a uma campanha de marketing que poderia ter sido muito melhor sucedida se tivessem escolhido outros profissionais (que não estão em causa se são bons ou não - parto do princípio que sim. Mas quando vou mudar de lentes, prefiro ser visto por um oftalmologista do que por um cardiologista).

Dulce disse...

Eu sou das que se fica pelo optometrista :) mas sou levada a concordar, claro, que deveriam ter sido mais criteriosos na escolha dos profissionais... porém, o que eu acho de louvável é o facto de se terem «dado ao trabalho» de fazer essa contextualização, ainda que com intuitos promocionais... é que isso raramente acontece noutros canais...