segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quando nem o recheio se aproveita


Esta história, deliciosa como seria de esperar, além de me fazer soltar fartas gargalhadas, fez-me lembrar uma outra ocorrida comigo, em tudo muito semelhante, ocorrida na pré-história do meu ser, quando os animais ainda falavam e o mundo era a preto e branco. A diferença, para além de não ter ocorrido no seio de uma relação, mas sim de uma one night stand (se a memória não me falham, foram duas, mas para o efeito isso não interessa nada) envolve livros e não cassetes de video. 

No corredor da casa da criatura estava, a um canto, um volume imenso, em cuja lombada se podia ler Monumenta Henricina. Para quem não sabe, e muito resumidamente, os Monumenta Henricina são um conjunto de livros editados nos anos 60 do século passado, publicando uma série de documentação portuguesa de século XV. Bom, talvez fossem dois volumes encadernados num só, ou até mesmo três, com uma encadernação um pouco fora do vulgar. Ou até mesmo uma edição especial que eu desconhecesse, porque em altura, aquela edição ali posta a um canto, ultrapassava sobremaneira a edição que eu conhecia. Mas convenhamos, mesmo numa casa onde abundem livros, não se encontra propriamente os Monumenta Henricina a pontapé (literalmente). Aquilo estava mesmo a fazer-me espécie. Obviamente, poderia aproveitar uma ida à casa de banho para me certificar ao certo o que era aquilo. Mas não. Decidi esperar. Depois de alguns copos de vinho e de já deitar pelos olhos um álbum de fotos de umas férias sabe Deus onde, lá perguntei a que propósito estar ali um volume dos ditos Monumenta. Ao que me respondeu: - Mas aquilo não é livro nenhum, aquilo é uma daquelas caixas tipo coffret para garrafas de vinho...

8 comentários:

Teresa disse...

Ah! Ah! Ah! O Gato Maltês não se lembrou dessa hipótese! Mas olhe que o embuste era requintado e erudito, hem? :)))))

Pedro disse...

Ainda assim, bastante empoeirado! Valeram-lhe os atributos naturais, para ter havido uma segunda ronda! ;)

Teresa disse...

É sempre bom confirmar impressões. ;)

Pedro disse...

LOL! Precisamente!

Paulo disse...

Quando os atributos naturais são bons, até se perdoa uma mesa composta por tampo de vidro sobre dois elefantes de loiça branca. Segunda, terceira ronda, etc.

Teresa disse...

Ui, Paulinho! Aconteceu contigo?
Elefantes tipo o galgo de loiça branca do Joey no Friends?

Pedro disse...

E sofás Ikea que nos tentam impingir como comprados na Jorge Burnay, também se perdoa? (esqueçam, os atributos no caso eram bons, mas o sexo era mesmo mau!)

Paulo disse...

Desses, sim, Teresa.

Quanto ao resto, Pedro, há sempre vários factores a ter em consideração.