quarta-feira, 6 de junho de 2012

As casas

Todos sabemos o quanto custa perder pessoas que nos são queridas. Para a morte, para outras pessoas, para a independência, para a liberdade. Para a solidão.
Começam a ser muitas as casas que perdi. As de família - a minha infância - uma, duas, três. Para não falar as que os meus pais, os meus avós, os meus bisavós perderam. 
É inevitável como um espaço onde se vive, nem que seja em férias, pode encerrar tantas memórias de tempos felizes. Que cabem em pequenas caixas de sapatos onde se guardam fotografias. 
Depois as nossas. As que não custam deixar para trás. E as que custam. As que custam passar à sua porta, reconhecer as sombras, o sol por entre as sombras. O aperto no peito de quem não está preparado para voltar, ainda que fosse domingo e ao meio-dia não houvesse sombras.


1 comentário:

Miss Pippa disse...

Conheço bem esse aperto no peito.
Adorei o texto, como sempre.