sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Excepto os ursinhos de peluche, ok?

Tenho estado aqui a pensar, é raro, mas por vezes acontece, que já recebi cartas de amor ridiculamente ridículas, em papel de carta a fazer pendant com o envelope e uma caligrafia certinha, sem rasuras, como a esfregarem-me nas ventas o facto de ter uma letra pavorosa, que tantos puxões de orelhas me custaram; ramos de flores (vá lá, acertaram nas flores), inclusive daqueles que são entregues em casa, com ou sem cartãozinho - é tão bom receber flores anónimas, a imaginação continua a ser o que de mais erógeno temos; caixas de bombons em forma de coração (as caixas e os bombons), embora eu é mais bolos (ou alperces secos, dêem-me uma caixa de alperces secos que desaparece mais depressa do que bombons), o chocolate é afrodisíaco, descobri ontem que as bagas gogi também, vou deixar de as comer ao pequeno almoço. Mas entre presentes de dia de S. Valentim ou de aniversário de namoro - todos os pretextos são bons pretextos para festejar - nunca me ofereceram nem ramos de rosas encarnadas nem postais daqueles pirosos com coraçõezinhos e setas de cupido e animaizinhos, com rimas tão interessantes como as rosas serem encarnadas e as violetas azuis. E do fundo do coração, acho que não só ele resistiria a tanta foleirada, como até gostava de ter essa experiência. Porque no fundo, no fundo, o que realmente interessa, é o amor que nos une.

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