sexta-feira, 19 de abril de 2013

Mammy

Das frases que mais oiço dos meus amigos é: "Pareces a minha mãe a falar". Não sei se é propriamente um elogio. Da parte deles sei que não é. Até porque se aplica em situações em que lhes tento pôr algum juízo naquelas cabeças ou demonstro uma preocupação excessiva relativamente a si ou aos seus problemas. Que tanto pode ser: "É melhor levares um casaquinho, que logo é capaz de fazer frio" ou "Não pegues em pesos nem te mexas muito, senão vais ficar com uma cicatriz horrorosa". Ou então coisas mais práticas, como "Experimenta pôr um bocadinho de fécula de batata na sopa, vais ver que vai ficar muito mais aveludada" ou "Ele só vai compreender se lhe disseres isso com todas as letras".
Mas um amigo meu foi mais longe e cheira-me que anda a ver muitos filmes. Dos antigos. Porque acha que eu, noutra reencarnação, fui uma ama seca de trinta crianças, gorda e negra, com avental à cintura (não percebi a insinuação do avental). Uma bábá (não são aqueles bolos maravilhosos embebidos e com chantilly). Mais precisamente, a Mammy.



E isso, de facto, explicaria o meu ar de Grumpy Cat quando estou com os azeites, a minha gargalhada contagiante e o meu gosto por roupa interior encarnada. 

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