Nunca gostei de exposição pública e falar em público. Ou melhor, desde os dez anos que deixei de gostar ou que isso se tornou algo que me incomoda. Primeiro foi a festa de fim-de-ano da catequese, em que fizemos um espectáculo e a coisa não correu nada bem; alterações de última da hora, mal explicadas, fizeram com que me atrapalhasse todo e a coisa não corresse bem. Pelo menos, para mim e para quem sabia o que era suposto ter acontecido. Depois foi a festa de fim-de-ano do conservatório. A coisa até não correu mal, tirando os infernais 5 minutos em que as micas deslizavam da prateleira do piano como se tivessem vida própria. Ainda cheguei a actuar num teatro, no segundo ano do conservatório, mas aí era em coro e dava para disfarçar, nada como não ficar na primeira fila e abrir e fechar a boca e não emitir sons.
O problema é que ao longo da vida tive de fazer várias apresentações em público e até agora não há nada que me faça pôr os níveis de ansiedades a níveis minimamente normais. Desarranjos intestinais, tremor nas mãos, garganta seca, perda de apetite, vómitos, há de tudo um pouco.
Em conversa com amigos, todos me dizem o mesmo: imagina a assistência nua. São capazes de ter razão, se com eles resulta. Mas provavelmente a assistência a que estão habituados têm melhor ar que as minhas.
5 comentários:
Já somos dois :D
(Quando ainda brincava aos advogados e se calhava ter de ir a tribunal, as mãos tremiam-me de tal forma que nem escrever conseguia...)
<3
Arranja uma receita de Victan (do de pôr debaixo da língua). Disse-me um médico que é muito usado por oradores, para ajudar a controlar os níveis de ansiedade.
Mas não era suposto ganharmos mais à vontade com o passar do tempo?
Ms Bipol: obrigado, por acaso foi isso que tomei e realmente resultou ;)
Não passa com o tempo, não. Eu podia ter escrito issto tudo.
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