terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Dos epitáfios e outras mortes

Tenho um conhecido cujo último desejo é que do seu epitáfio conste exclusivamente, para além do seu nome, das datas de nascimento e morte, aquilo que se acha: poeta. Bom, na minha perspectiva uma boa dose de presunção - não acho que baste escrever poesia para ser poeta, quando no dia-a-dia não seja isso que se respire, de manhã à noite, e nos seus sonhos não se sonhe poesia. 

Estes meus pensamentos levaram-me a pensar nas graças que tenho na minha vida e em tudo o que atingi até hoje, levado por ser um momento de viragem, em que concluí uma árdua tarefa que me perseguia há anos e que durante muito tempo parecia interminável. Talvez  seja altura de começar a pintar uma nova tela em branco, visto a anterior já ter pouco espaço disponível para o fazer. 

As percepções destes 34 anos e meio são francamente positivas. Tenho descoberto, nem sempre da melhor forma, que tenho a melhor família do mundo. Mesmo. Mesmo quando não reagem da forma que gostaríamos ou até mesmo quando nos chateiam a cabeça com pormenores que a ninguém interessa. 
Nos últimos tempos, descobri também que tenho os melhores amigos do mundo. Um clichet, é certo, mas verdadeiro. Amigos que não estão presentes diariamente, mas que estão quando são precisos, com uma palavra ou simplesmente um olhar. 

Se há que conservar este estado de bem-aventurança familiar e na amizade. Porém, faltam-me atingir outros objectivos, nomeadamente a nível profissional, onde sinto que tenho andado em círculos, provavelmente a fugir de mim mesmo. Infelizmente, há um caminho que falta percorrer para que me sinta verdadeiramente preenchido.

Talvez seja por tudo isto, quando penso em tudo aquilo que até agora vivi e nas minhas realizações pessoais, só me ocorre verdadeira e presunçosamente que já vivi grandes histórias de amor, daquelas que nos fazem inchar o peito e sentir borboletas no estômago, perder o apetite. Verdadeiro porque assim foi; presunçoso por elas não se distinguirem certamente das dos demais. Também é certo que nem todas com finais felizes, como nos filmes, mas no final de contas não são os finais que constroem a história. E eu já amei muito. 

1 comentário:

Anónimo disse...

No meu só espero que diga "descansa em paz", porque mereço LOLOL

Ass. Eu