sexta-feira, 4 de julho de 2014

"Quando se gosta de alguém é de nós que não gostamos"*

Vitória de Samotrácia, Louvre

Na verdade, não foi para falar de não-assuntos do momento que escrevi os posts anteriores. Foi, em primeiro lugar, para confirmar que quem comentaria o primeiro não comentaria o segundo e vice-versa (desculpem-me qualquer coisinha cobaiazinhas branquinhas de olhinhos encarnados). Em segundo, para introduzir outro tema do momento (que também já o foi noutra altura), que decorre do primeiro ponto, e também para me interrogar da necessidade absoluta que o ser humano tem dos seus heróis e deuses. Sejam os filhos, os amantes, os pais, os artistas, os políticos. Contudo, fazem-no à maneira judaico-cristã - é esta a matriz que temos, genericamente, para o bem e para o mal. Isto significa que apenas podemos ter um Deus, que encarna todo o ideal de perfeição. No entanto, esquecemo-nos do que é realmente um Panteão e qual a cultura que o criou: a grega. Politeísta, em que os Deuses e heróis foram criados à semelhança humana (e não o contrário) e, como tal, com todas as suas virtudes e defeitos, toda uma gama de cinzentos entre o preto e o branco. 
O que significa que sim, enalteçamos as façanhas heróicas dos nossos Deuses, mas nunca nos esqueçamos que também eles também têm pés de barro. E que somos nós que os colocamos num pedestal.

*Amália Rodrigues

2 comentários:

Mep disse...

Só não comentei e nem vou comentar os posts anteriores porque não sou albina :)

Pedro disse...

Agora também já não valia :D