sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O meu Pedro

Corto o cabelo com ela há já uns quantos anos, não muitos. Se a memória não me falha, desde 2003. Seis para sete anos. Pela primeira vez alguém que acertou com o meu cabelo (que apesar de liso tem imensos jeitos e remoinhos), fazendo-me olhar ao espelho e ficar verdadeiramente satisfeito com o meu cabelo. Ou o trabalho dela, não sei onde acaba um e acaba o outro (se bem que acho que a parte boa é de certeza a dela). Já mudou de espaço por uma vez e fui atrás. Só funciona por marcações, sendo nunca menos dois dias de espera (até nem é muito, comparado com outros). Desmarcações porque surgiram outro tipo de trabalhos como filmagens, produções de moda e são mais uns quantos dias para arranjar vaga. Já esperei por ela três e quatro horas, o que faz com que escolha agora sempre a primeira hora da manhã, fazendo com que seja atendido, no máximo, com meia hora de atraso.
Mas é a minha barbeira de eleição. Barbeira porque é como ela se trata, pois só corta. À navalha é como gosto mais: - Pedro, agora é que a lâmina está boa, já não está nova, mas ainda não está velha, vamos aproveitar? Vamos. A C. é que manda. Porque com ela é chegar e dizer-lhe: a C. é que sabe, faça o que entender. Porque fica sempre bem. Nem demasiado curto, nem demasiado comprido e com um corte perfeitamente adaptado ao nosso estilo e à nossa disposição.
Entre tesouradas e navalhadas, a conversa estende-se. Meia hora, uma hora, duas horas. Sim, o meu cabelo, que é tendencialmente curto, demora duas horas a cortar. Porque a C. não é só a barbeira que me corta o cabelo. Já tive conversas deliciosas com ela, já rimos, já quase chorámos. E tudo isto sem ter as conversas típicas de salão (you know what I mean).*

Hoje aproveitei a hora de almoço para ir marcar hora. Chamara-na, porque era ela que tinha a agenda.
- É o meu Pedro. Voltei-me. Era a minha C. E abraçou-me. E há abraços que valem por muitos cortes de cabelo.


* Vá, tirando a conversa de que não podia ter certas revistas à vista, porque havia clientes que achavam pouco próprias. Tão simplesmente revistas de moda, é certo com gente um bocado despida, mas tudo em prole do dézaine.

3 comentários:

underadio disse...

:) sortudo e sortuda, então!

Pedro disse...

É mais do que sorte! ;)

mf disse...

Também tenho uma parecida! :)