terça-feira, 5 de outubro de 2010

Comemorações

Para quem acha que sou monárquico (e filho único), é capaz de achar estranho ter ido ontem assistir ao Concerto Comemorativo do Centnário da República. Mas fui. Até porque cultura é cultura e está acima de qualquer ideologia. Além de que estavam duas freirinhas a assitir e se elas podem, porque não eu?
Casa praticamente cheia. Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantat irrepreensíveis. Maestro Cesário Costa é que não precisava de sair entre cada peça, sobretudo quando estamos a falar a peças cuja média é inferior a 10 minutos de duração.

A versão coral-sinfónica de A Portuguesa, por Joly Braga Santos (cuja filha ficou na fila atrás da minha) é absolutamente extraordinária, tornando-se ainda mais emotiva quando toda a gente se pôs de pé, comme il faut.

O meu gosto pessoa impediu-me de gostar da peça em estreia absoluta, encomendada pelo Centro Cultural de Belém para o efeito, da autoria de João Pedro Oliveira e intitulada Ut ex invisibilibus, visibilia fiant (e nem lendo a explicação da mesma presente no programa consegui entender fosse o que fosse, mas o problema é de todo meu, que sou burro e prefiro música a sons e que acho que quem ouve aquilo em casa é porque quer ficar com uma enorme dor de cabeça). Obviamente que não está sequer em causa o mérito do senhor, vencedor de imensos primeiros prémios (curioso grande parte deles são de música electro-acústica, que faz sempre lembrar sons produzidos para electrodmésticos e antes aqueles senhores que batem em latas do lixo cujo nome eu agora não me lembro). E gostando-se ou não, é sempre bom saber que os artistas portugueses são apoiados institucionalmente, mais não seja através destas encomendas.

Outra grande surpresa foi a de Francisco de Lacerda (1869-1934), compositor que não conhecia e do qual gostei bastante e do qual vos deixo a peça de ontem, Dans le clair de la lune, aqui interpretada pela Orquestra Filarmónica de Budapeste e conduzida por János Sándor (a única versão que encontrei).

Sem comentários: