Foram precisos muitos anos. Foi algures em 1998, em casa do J., um grupo de amigos reunidos na sala. Ela recitava um poema em francês e irrompia-o a cantar. E eu, que sempre a tinha ouvido, comecei a ouvi-la de forma diferente do que até então tinha ouvido. Desde então poderia tê-la visto um montão de vezes. Mas, por variadissimas razões, tal nunca aconteceu. Até ontem. Porque a quiseram ver comigo.
Entrou selvagem, em saia de seda e cabelo indomável. E do princípio ao fim, só me apeteceu chamar-lhe nomes. Por abrir a boca e a voz sair-lhe como a água jorra das fontes. Segura e precisa. Foi uma viagem curta, de caminhos pouco trilhados. Mas, ainda assim, conseguiu arrebatar uma audiência aborrecida por meia hora de atraso. E arrancar-me emoções de mansinho.
1 comentário:
Inveja! Inveja! Inveja! :)) Gostava muito de a ter visto, mas foi impossível...
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