terça-feira, 7 de agosto de 2012

Respirar fundo


Há romances históricos. Há exercícios de escrita criativa. Há ensaios historiográficos. Há reportagens. E depois há isto, que não consegue ser coisíssima nenhuma.

Lisboa sufoca sob um calor insuportável: lamento, mas o que dizem os entendidos, os anos mais quentes dos últimos 150, foram 1998, 2003, 2002, 2001 e 1997.

Uma nuvem de poluição: Lisboa nunca foi uma cidade industrial digna desse nome. E se grande parte da população era analfabeta e pobre (ou então a conversa da sardinha para 6 é mito urbano), não me parece que o tráfego automóvel de então causasse grande mossa ambiental (eu ainda sou do tempo só de uma ponte, com apenas duas faixas de rodagem para cada lado).

o compasso dos carros que abrem freneticamente: os carros da altura dariam quanto? 70km/h?

ruas congestionadas da Baixa: mais ou menos isto:



 burguesia rica: num país onde não existia classe média, a burguesia era, muito naturalmente, rica.

A parte endinheirada dos 60 mil refugiados, na sua maioria judeus: se fossem endinheirados, não precisavam de vender os seus haveres, nem a Bisavó Anica teria comprado uma toalha de linho a uma família de refugiados judeus, que hoje em dia não serve, porque na casa das pessoas não cabem mesas de cinco metros.

Na Riviera portuguesa: a Riviera portuguesa não é a costa do Sol, mas sim a península de Setúbal, mais concretamente a Serra da Arrábida, o único ponto de Portugal com fauna e flora tipicamente mediterrânica. Onde, aliás, havia também residências de verão da dita burguesia e de aristocratas e onde muitas cabeças coroadas sem trono também frequentaram.

E é nesta altura que se deixa de ter vontade de ler seja o que for. Que até pode ter interesse e inclusive, ser uma investigação bem feita. Mas, com tanto floreado, desconfiamos.







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