segunda-feira, 15 de julho de 2013

Notas soltas do fim-de-semana

1- A propósito da peça a que assisti na sexta-feira, a genialidade consiste não na abordagem de temas filosóficos, mas sim na integração deles numa narrativa perceptível e intemporal (clássica, portanto); dois bons actores no meio de muitos maus actores fá-los parecer maus actores e assim como assim, para espectáculos de variedades, mais vale ir à revista ou ao Politeama (e o que eu gosto de revista...) (sim, caríssimo António Pedro Vasconcelos, de Ibsen nada tinha e de I.B.S.E.N também não, como lhe poderão garantir todas as minhas amigas bibliotecárias, inclusive as modernas que não usam óculos nem carrapito).

2- A propósito do espectáculo a que assisti no sábado, a dança do varão consegue ser mais artística que outras performances, ainda que devidamente patrocinadas pela Feira dos Tecidos, fazendo vagamente lembrar o sarau de fim de ano da academia de ginástica rítmica ou o festival da canção da Bielorrússia em 1995 (nessa altura já era independente, não era?, que a minha geografia é péssima), interpretada pela Pina Bausch da Falagueira (e o que eu gosto da Pina Bausch!; a Falagueira não sei que nunca fui).

3- Alguém do meio artístico me dizia há uns anos porque é que as pessoas insistiam em ficar até ao final de um espectáculo que não estavam a gostar. Evidentemente porque tem muito mais graça ficar o espectáculo todo a gozar o prato (embora tenha o inconveniente de estar a incomodar os senhores do lado).

4. Porquê as filas para os pastéis de Belém, se aquilo já se tornou comida tipo MacDonald's, que se não se come em 10 minutos já perdeu a graça toda?

2 comentários:

SJ disse...

Eu fico sempre até ao fim porque tenho sempre esperança que a coisa melhore. Mas depois arrependo-me. Há uns tempos os pastéis de belém tiveram um problema com a panela do creme, que teve de ser substituída (dito pela gerente) e dizia ela que ainda andavam em "afinações". Os últimos pastéis que lá comi, tinham a capa superior rebentada a toda a volta (tinham fervido!) estavam brancos e o creme sabia a molho bechamel sem sal. Nunca mais lá fui.

Pedro disse...

É como a Portugália. Há pelo menos quinze anos que aquele molho é feito com água e farinha (a manteiga está cara para fazer bechamel)