The Philadelphia Story, 1940
Ontem, em conversa com uma amiga, demos por nós a olhar para
a vida de certos casais heterossexuais entre os 30 e 40 anos e a reparar, como,
na maior dos casos, o homem, sobretudo quando em solteiro enchia a boca para
falar da sua liberdade e individualidade, acaba por ser o capacho e faz-tudo no
seio da relação. Não nos referimos à tão desejada (e defendida por nós) partilha
de tarefas domésticas e outras responsabilidades, mas sim quando são sempre
eles a fazerem as tarefas domésticas (pelo menos quando lá estamos em casa ou
quando ligamos), quando são eles que ficam com os filhos por a mulher ter o
jantar da empresa ou com as amigas (e ela nunca fazer o mesmo quando o marido
quer ir jantar com os seus amigos). Obviamente que poderão ser casos isolados,
que não se poderão generalizar. Todavia, independentemente da guerra dos sexos
que muitos parecem querer perpetuar, em prol de quê, se abdica da
individualidade por algo que nada tem de partilha, mesmo estando-se muito
tapadinho de amor? E quem pode ficar contente com esta subjugação do parceiro?
E quem pode achar que, a longo prazo, isto não trará consequências nefastas
para a relação (sim, sim, essa mesmo, a boazona lá do escritório, sempre tão
disponível e solícita)?
Sem comentários:
Enviar um comentário