quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Provavelmente, só teremos amigos estranhos

The Philadelphia Story, 1940

Ontem, em conversa com uma amiga, demos por nós a olhar para a vida de certos casais heterossexuais entre os 30 e 40 anos e a reparar, como, na maior dos casos, o homem, sobretudo quando em solteiro enchia a boca para falar da sua liberdade e individualidade, acaba por ser o capacho e faz-tudo no seio da relação. Não nos referimos à tão desejada (e defendida por nós) partilha de tarefas domésticas e outras responsabilidades, mas sim quando são sempre eles a fazerem as tarefas domésticas (pelo menos quando lá estamos em casa ou quando ligamos), quando são eles que ficam com os filhos por a mulher ter o jantar da empresa ou com as amigas (e ela nunca fazer o mesmo quando o marido quer ir jantar com os seus amigos). Obviamente que poderão ser casos isolados, que não se poderão generalizar. Todavia, independentemente da guerra dos sexos que muitos parecem querer perpetuar, em prol de quê, se abdica da individualidade por algo que nada tem de partilha, mesmo estando-se muito tapadinho de amor? E quem pode ficar contente com esta subjugação do parceiro? E quem pode achar que, a longo prazo, isto não trará consequências nefastas para a relação (sim, sim, essa mesmo, a boazona lá do escritório, sempre tão disponível e solícita)?

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